Um assunto bastante comum que afeta a população brasileira: dor nas costas. É um problema que interfere em diversas áreas da vida das pessoas, especialmente na sua capacidade funcional no trabalho.

Dor nas costas pode ser um problema sério

Um assunto bastante comum que afeta aproximadamente 80% da população brasileira: a dor nas costas. É um problema que interfere em diversas áreas da vida das pessoas, especialmente na sua capacidade funcional no trabalho. Segundo o INSS, a maioria dos pedidos de afastamento das atividades está relacionada ao distúrbio. Só em 2017 foram contabilizados 83,8 mil casos de licença por este motivo, segundo o órgão.

Segundo o neurocirurgião pela UNIFESP, com foco de atuação em coluna, Alexandre Elias, a prevalência dos casos de dores nas costas se dá por processos inflamatórios e degenerativos na região, sendo que ambos costumam ser potencializados por maus hábitos da própria pessoa. “São erros posturais, sedentarismo, excesso de peso corporal e de carga empregada, além de atividades físicas inadequadas, que em geral passam despercebidos nas ações cotidianas, gerando desgaste das articulações e estruturas adjacentes. E quando somados aos fatores de predisposição genética, tem-se um quadro bastante favorável ao desenvolvimento de problemas crônicos e de mais difícil solução”, explica o médico. 

Como identificar o problema

Se houver dor nas costas por mais de três meses, é indício de que algo não está legal, segundo o especialista. Muitas pessoas se automedicam, mas deve-se tomar cuidado, pois pode trazer sérios riscos.

“Se tiver quadros dolorosos várias vezes e tomar analgésicos para sanar momentaneamente o problema, pode estar mascarando uma doença mais grave. Por isso, recomendo que registre quantas vezes essas crises aparecem, a intensidade e especialmente em quais situações. Isso facilita o diagnóstico de inúmeros distúrbios, como a hérnia de disco e até tumores”, diz o neurocirurgião.

Tratamentos mais eficientes

Segundo o especialista, quanto mais cedo a disfunção for identificada, mais chances o paciente tem de responder positivamente. “Inicialmente o tratamento é feito pela via medicamentosa, que pode sofrer alguns ajustes ao longo do caminho. Quando aliada a reabilitação postural e realização de exercícios de fortalecimento, tende a ser mais que suficiente”, contextualiza.

Porém, casos mais resistentes podem ter indicação de procedimentos cirúrgicos. “Quando a disfunção é crônica, precisamos agir direto na coluna. Um dos recursos que temos é injetar opioides específicos na estrutura da coluna. Para além disso, com o avanço da medicina, felizmente podemos contar com diversas possibilidades de cirurgias minimamente invasivas, com cortes reduzidos e menor tempo de recuperação”, explica.

Alexandre Elias lista algumas medidas para quem sofre com as dores e também para aqueles que querem se prevenir, veja:

Uso de saltos altos

O uso de sapatos com saltos, especialmente os mais finos, pode prejudicar o pescoço e a lombar ao longo do tempo. A dica é reduzir o tempo em cima deles e buscar opções que tenham elevação entre 2 e 3 cm, ou ainda solados com sistema que minimize o impacto do peso corporal contra o solo.

Angulação do pescoço ao usar o celular

A cabeça inclinada força o pescoço além do necessário, sobrecarregando a região e toda a cervical. Além disso, o excesso de peso também se reflete nos ombros e costas, podendo até mesmo ocasionar hérnias de disco. O médico aconselha colocar o telefone na altura dos olhos para evitar o problema.

Cuidados ao dormir

Seja qual for o material do travesseiro, o importante é que a sua elevação esteja alinhada com a cabeça. Usa-se, como média, uma altura de aproximadamente 10 centímetros. De acordo com o especialista, “a mesma atenção vale para o colchão, que deve acolher o corpo com flexibilidade, mas não permitir que ele afunde. A posição de dormir também é importante, sempre de lado e não de bruços ou barriga para cima”, explica.

Alimentação equilibrada

A obesidade pode trazer consequências sérias para a saúde da coluna e corpo como um todo, sobrecarregando suas estruturas. Por isso, controlar o peso por meio de uma alimentação balanceada, rica em proteínas, verduras, legumes e frutas é o caminho.

Praticar atividades físicas sob supervisão

Os exercícios ajudam no fortalecimento de músculos e ossos, liberam hormônios que reduzem a dor. Além de melhorar a capacidade funcional , por fim, a qualidade de vida.

Mas não esqueça: sempre que sentir dores intensas e com uma certa frequência, procure um médico.