A inflamação nas amígdalas atinge não só os adultos, como também as crianças e deixa os prontos-socorros de hospitais com uma grande quantidade de pacientes. O consumo abusivo de líquidos frios ou gelados e as variações bruscas de temperatura são algumas das causas que preocupam os pais.
O pediatra do Hospital Santa Catarina (SP), José Colleti Junior, explica que as indicações para retirar as amígdalas estão cada vez mais escassas, pois não há evidências científicas cruciais para a indicação desta cirurgia.
As cirurgias são indicadas em casos de amigdalites recorrentes com abscesso, síndrome da apneia obstrutiva do sono, suspeita de câncer ou obstrução importante das vias aéreas pelo tamanho da amígdala, causando dificuldade para alimentar e respirar.
Caso seja indicada a cirurgia e o paciente não retirar as amígdalas, o pediatra diz que podem haver sérias complicações. “Quando existe a indicação de retirada das amígdalas, por exemplo, por restrição à respiração, a não realização do procedimento pode resultar em deformidades craniofaciais, com deformidades dentárias, apneia do sono, roncos, restrição de crescimento por dificuldades alimentares, voz anasalada, dificuldades de concentração na escola, entre outros problemas”, afirma José Colleti.
Pós-cirurgia
Após a retirada das amígdalas é comum que as crianças vomitem sangue, porém o pediatra ressalta que sangramentos mais substanciais acontecem apenas em casos isolados e podem ocorrer até mesmo 10 dias após a cirurgia. “Se o sangramento ceder espontaneamente, a conduta é que no local sejam aplicados alimentos gelados, como sorvete. Caso contrário, pode ser necessária nova intervenção cirúrgica para estancar o sangramento”, explica o especialista.
O procedimento cirúrgico normalmente é rápido e o paciente recebe alta no mesmo dia. Já o pós-operatório é algo desconfortável, em parte por conta do sangramento e do desconforto que a criança apresenta nesse período.
Em caso de inflamação nas amígdalas, procure um otorrinolaringologista e o pediatra do paciente. Ambos os profissionais devem trabalhar em conjunto para indicar a cirurgia na idade ideal de forma consensual.