Os olhos são responsáveis por traduzir para o cérebro cerca de 80% das informações que recebemos. Ele transforma a luz emitida pelos objetos em uma imagem nítida na retina.
A especialista em córnea e doenças oculares externas, Luciana Olivalves, separou oito dicas, que fazem a diferença no cuidado com os olhos, evitando alergias e infecções.
Mantenha os cílios e pálpebras limpas
Poucas pessoas se atentam à higienização dos cílios e das pálpebras. É preciso limpá-los com soluções específicas ou com xampu neutro diluído em água morna.
Sem essa higienização, a oleosidade em excesso, produzida pelas glândulas da borda palpebral, acumulará gordura. Isso leva à obstrução das glândulas (hordéolo/terçol), evaporação da lágrima (olho seco evaporativo) e aumento do número de bactérias.
Tome cuidado com maquiagem
A maquiagem é feita para embelezar, porém, sem removê-la com produtos adequados, pode obstruir as glândulas da margem palpebral. Além de gerar inflamação local, irritação da conjuntiva e da córnea.
Lave bem as mãos
As mãos são portas para bactérias, vírus e outras substâncias que podem causar irritações, alergias e quadros infecciosos.
Lavar as mãos com frequência e evitar colocá-las nos olhos são medidas importantes para prevenir doenças.
Não utilize colírio sem indicação médica
A automedicação é um erro, que em muitos casos pode levar a complicações severas. O uso indiscriminado de colírios pode provocar conjuntivite química, ceratite medicamentosa, aumento da pressão intraocular, catarata e, até mesmo, olho vermelho crônico por efeito rebote (causado por colírios contendo vasoconstritores).
Os lubrificantes oculares ou lágrimas artificiais podem ser usados no dia a dia, preferencialmente, os sem conservantes.
Não compartilhe objetos pessoais
Ao compartilhar objetos pessoais, doenças como conjuntivites virais e bacterianas podem ser transmitidas. Não se deve usar objetos de outras pessoas, como toalha de rosto, maquiagem e até mesmo colírios, pois favorecem o contágio.
Evite água boricada e soro fisiológico
A água boricada não deve ser usada nos olhos, pois contém ácido bórico em sua composição, o que pode causar alergias e ser um agravante da inflamação.
O soro fisiológico, apesar de se parecer mais com a lágrima, contém sal (sódio), podendo ser um fator irritativo aos olhos já inflamados.
O ideal é usar água mineral ou filtrada, além dos colírios lubrificantes.
Atenção às lentes de contato
Usuários de lentes de contato devem redobrar o cuidado, pois, em caso de descuido, podem ser infectados pelo protozoário Acanthamoeba, encontrado na água da torneira, no soro fisiológico e no estojo das lentes, quando não armazenadas e cuidadas adequadamente.
Esse protozoário pode gerar ceratite, que, normalmente, demanda tratamento de, no mínimo, seis meses. Além de reduzir significativamente a visão do paciente.
Além de lavar bem as mãos, higienizar bem e guardar corretamente as lentes em soluções adequadas, é preciso trocá-las no tempo correto, conforme orientação do fabricante. O uso prolongado e o costume de dormir com as lentes elevam os riscos de infecção e de intolerância em longo prazo.
Para diminuir os riscos, há produtos específicos para higiene das lentes, que eliminam bactérias, fungos e protozoários.
Óculos são de uso individual
Os óculos devem se encaixar anatomicamente ao rosto e aos olhos, funcionando como proteção a qualquer exposição.
Para quem gosta de nadar, por exemplo, os óculos devem ter uma vedação adequada, impedindo o contato dos olhos com a água, mas sem gerar pressão no globo ocular.
Os óculos escuros, por outro lado, são um aliado contra o sol. O acessório deve filtrar entre 99% e 100% de toda a radiação UV (abaixo dos 400 nm), filtrar a radiação azul (entre 400 e 500 nm) e cobrir a região ao redor dos olhos. Além disso, os óculos escuros auxiliam no combate ao envelhecimento da pele das pálpebras. Entretanto, é importante ressaltar que produtos de procedência duvidosa, sem garantia e nota fiscal, não devem ser utilizados.
“Essas são dicas simples e eficientes para o dia a dia, que ajudam a prevenir as infecções oculares. Contudo, uma visita anual ao oftalmologista é imprescindível, sejam crianças, adultos ou idosos”, finaliza Luciana Olivalves.